sexta-feira, 17 de junho de 2011

QUE PAÍS É ESSE?

Últimos acontecimentos da cidade de Parauapebas revelam apenas nossa impotência como peões no processo político deste país. Enquanto o PT em Brasília tenta salvar o chefe da casa civil, Dr. Palocci, aqui o Dr. Darci nem tenta disfarçar a situação montando uma CPI de fachada, liderada pelo fraquíssimo Raimundo Vasconcelos e de quebra, duas vereadoras que não estão nem ai para os peões e suas famílias: Priscila e Francys. Alias, os peões nem estão representados nesta câmara de fracos: ninguém ali foi ou é trabalhador, todos membros da elite intelectual ou econômica da região.
O que vai acontecer com o prefeito ladrão, seus asseclas vereadores, empresários e secretários, todos tampa do mesmo balaio? NADA. A sociedade esta narcortizada, dormindo, voando em céu de brigadeiro. O shopping inaugurado, a buriti vendendo sem parar, condomínios verticais sendo construídos, carrões novos tornando o transito insano. O que sobra para os peões? Cerveja cara, saudade do Maranhão, da terra e da família distante e descaso dos empreiteiros e da VALE.
Gente, são milhões perdidos que poderiam ser transformados numa vida melhor para todos: hospital, centros de saúde, profissionalizantes, habitação complementar e segurança. Subimos para trabalhar e não sabemos o que vai acontecer aqui em pebas, com nossos entes queridos e nossas economias. Não temos segurança no amanha, em nada. E estes políticos que colocamos com nossos votos nos traindo.
Não seria a hora de colocarmos uns peões no poder? Sim, é esta a hora. Observe se você mesmo teria capacidades de liderança e poderia representar sua classe e seu grupo no poder. Vamos eleger alguém que, a qualquer momento poderemos encontrar e cobrar. Vamos transformar esta política suja em algo como nosso trabalho: visível, limpo, algo que controlamos.  Vamos, pelo voto, mudar nosso destino e da nossa cidade. As eleições estão próximas e apenas esta mesma elite esta se articulando. Não estamos enxergando movimentação política entre nos, peões e precisamos mudar isto. Filiem em algum partido até setembro e fortaleça sua liderança para concorrer as eleições, seja como vereador, seja como prefeito. Quem sabe faz a hora, não espera acontecer.
Serão 19 vagas na câmara dos vereadores. E, dentre os atuais, todos sonham em se reeleger, perpetuando assim no poder local, ocupando espaço e se tornando, a cada dia, mês e ano mais ricos e mais corrupto. A única maneira de alterarmos este destino e nos colocar no lugar deles. Em vez de apoiar, vamos nos eleger. Não podemos continuar dando um cheque em branco para desconhecidos, que se revelam apenas quando são empossados e se afastam de nós.
Quando percebemos, Lá no Maranhão, em Minas ou outro lugar, que teremos de partir para sobreviver nem sempre é fácil: temos nossa família, nossa terra, nossas lembranças e relações. Partimos para uma aventura numa terra estranha. Quando chegamos aqui, com outros costumes e relações pessoais, sabemos que toda a diferença esta em esquecer, adaptar na terra e em seus costumes e comportamentos. Nos esforçamos e, quando admitidos, fornecemos aos nossos empregadores riqueza e crescimento. Não temos o retorno a altura dos nossos sacrifícios. Geramos uma riqueza que é roubada, drenada de nos para e por um pequeno grupo de espertalhões. Não se trata de levar vantagem em tudo, de cobrança exagerada, de ser exemplo ou mártir: trata-se de honra. Sentimento que aprendemos com nossos pais e avós, com avohai. Mas nesta terra isto é artigo raro, desnecessário. O roubo começa nos preços altos, no tratamento deseducado do comercio, na esperteza sem vergonha dos laboratórios, dos atendentes, dos vendedores. Na loucura dos bancos locais que tratam todos da mesma maneira grosseira e desonrada, visando apenas levar vantagem nos seus negócios.
O peão precisa falar, tomar seu lugar neste cenário, erguer a cabeça e compreender que aquelas lições de casa, de seus pais ainda valem e que precisamos repassar para esta sociedade maluca daqui.
Fala peão, mostre seu jeito de ser, de comportar, de honrar seus compromissos, de compreender seu papel nesta terra. Todos terão que ouvir nossa voz, a voz de milhares de peões solitários e lutadores, que acreditaram e acreditam numa vida melhor e mais digna aqui.