sexta-feira, 1 de junho de 2012

O HOMEM DEFORMADO

Ou porque nos submetemos a tanto?
Você realmente precisa levar algo para a mina de ferro? Faça um  checklist e veja se realmente precisa levar alguma coisa que justifique uma mochila: seu uniforme esta limpo, você possui três pares, suas botas estão replicadas no armário e em casa, seu equipamento de segurança esta na mina. O que mais? Ah, seu celular ou smartfone, estão no seu bolso. Que mais? sua garrafa de café, água, lanche? Tudo é servido à vontade, em horários civilizados dentro da mina. Portanto o que precisa esta levando e trazendo todos os dias? NADA. Você não precisa carregar esta famigerada bolsa as costas, todos os dias, te escravizando, tal qual formiga batetora.

Quando começou-se a carregar tudo nas costas para a mina de ferro, as pessoas não perceberam o que poderia advir desse costume idiota e  escravizador. Antes de carregarem as bolsas, os peões saiam do trabalham e iam direto para a diversão, bar, estavam mais livres, com menos tempo submetidos ao  trabalho. As bolsas foram manipulações de Skinner, Paplov e psicólogos do trabalho, especialmente contratados para colocarem mais peias nos peões. Esta mochila, alem de muito feias, te mantém ligado mais tempo no trabalho. Elas funcionam psicologicamente como um freio social. Peão com mochila as costa, esta chegando ou indo para o trabalho e portanto, podem ser mais facilmente rastreados ou observados por seus encarregados, chefes ou patrões.

E peão não é criança, em idade escolar, para carregar materiais à escola. Os peões precisam de sua força física e intelectual apenas no ambiente de trabalho. As demais necessidades, as empresas tem que suprir. 
Skinner e Pavlov são psicólogos do comportamento humano. Os estudos de Pavlov começaram na Rússia, no final do século 19. Ele notou que, apenas ao mostrar um pedaço de carne para um cão e acionar uma luz, o bicho salivava. Quando ele parou de oferecer a carne e apenas acender a luz o cão salivava do mesmo jeito. O único estimulo passou a ser apenas o sinal de luz, o bicho  iludindo-se de que ganharia a carne.  Já Skinner estudou o comportamento de pessoas em relação ao conforto, as comodidades e reações a exposição  social. Concluiu que os humanos podem ter suas reações induzidas por situações nem sempre reais. Que a recompensa é a base de todas as relações humanas e que fazem parte de um time de primeira, lançam mao de artifícios. Alguns deles são uniformes, cestas básicas, planos de saúde, transporte confortável. Tudo com o objetivo de fazer o peão trabalhar, aumentar sua riqueza. Enquanto isto, o peão se endivida, ilude-se com motos, veículos e outros, ficando preso nesta teia odiosa de servir, servir, servir. Quem os controla fica todo o tempo procurando meios de distraí-los, de mante-los unidos e presos a suas fabricas, minas e empresas. Um exemplo é a quantidade de peões que trabalham por sua própria conta e vivem bem.

A mochila, é o novo elo de união, símbolo da moderna escravidão e dos limites impostos a quem se candidata a trabalhar em Carajás.  Esta mochila deformadora, é o sinal  da servidão  dos antigos  e ignorantes homens, sem horizontes ou poder de escolha. Peões, larguem esta mochila em  casa e sejam livres novamente. Ainda lembra do tempo em que todos andavam sem carga? Seguramente esta pensando, mas preciso da mochila. Não precisa. Nunca precisou. Pesquisamos com uma centena de peões o que traziam as costas. Peões que vieram até nos, para matricula e perguntamos, ou melhor, olhamos, abrindo as mochilas: nada, nada. Óculos, capacetes, livros. Então?