quinta-feira, 19 de setembro de 2013

A QUEDA DSERVICE


Todos esqueceram que a DSERVICE já quebrou e perdeu muito dinheiro aqui. Era por volta de  20005. Perdeu a razão com a VALE, trocou de nome, pegou novos contratos e acabou novamente na mesma vala:  perda de prestigio, de razão, de imagem. Quebrou quando, segundo Uarlem Silva, secretario geral do  Simetal, perdeu duas notas para a VALE, que reteve os recursos, alegando quebra de contrato. Recorrentes multas e posicionamentos equivocados levam as empreiteiras a perderem rios de dinheiro, mais-valia e recursos. Porque as empresas, como a DSERVICE, mesmo compreendendo que vão perder, insistem em prestar serviços na Usina Atrás do Morro em Carajás?


PRECONCEITO SULISTA

A massiva maioria das empreiteiras que chegam aqui, venceram concorrência nas praças do sul do país, estão imbuídas de um trunfo vencedor e não acreditam em consultorias locais. No seu pensamento, se fossem bons estariam no sul. É onde se perdem, amargam prejuízos terríveis.  As pessoas que vieram antes para o norte e as pessoas daqui são tão espertas ou sabias quanto qualquer pessoa no mundo. Estão adaptadas a viver aqui, conhecem profundamente a reativa e os costumes locais. Portanto temos o que ensinar sim as empreiteiras de qualquer porte. Quase todas que perderam dinheiro aqui, poderiam ter evitado estas perdas. Leiam trechos de postagens anteriores neste blog, há anos estamos alertando as empresas que decidem aceitar as ofertas da VALE.



INFALIBILIDADE

OUTRO problemas recorrente dessas empresas é a crença de que não erram. Em si, esta crença é o maior erro delas. Todos tem capacidade de acertar e errar, principalmente quem arrisca e sai de sua zona de conforto. Lamentamos a queda da DSERVICE, mas reconhecemos a arrogância dessa empresa nas relações locais e principalmente na relação com seus funcionários. Dispensa por justa causa devido à paralisação por melhores condições de trabalho e até ameaça de morte é algo grave e muito, muito forte.


QUALIDADE DO GESTOR EXPATRIADO

Para estas empresas, após ganharem o contrato vale e conhecerem o local da obra, o problema é quem vem encarar o desafio. São uns poucos. Geralmente quem topa vir não é o mais competente, na maioria das vezes é o mais corajoso.  Assim, só de observar as filas na porta, os primeiros contatos da empresa, nós sabemos quanto tempo ela vai suportar o peso VALE, desgastando suas entranhas.



EXIGÊNCIAS  VALE

Devem ser únicas as exigências desta gerencia da VALE no contexto do Brasil. Tem empresa que leva até 90 dias entre assinar o contrato e o inicio real dos serviços, tamanha são as exigências da VALE para receber os serviços. No draconiano contrato, as obrigações são todas da empresa. Te mos conhecimento de clientes que ficaram esperando até 90 dias. Quando desistiram, não receberam nada, apenas perderam o que tinham. Grandes empreiteiras como a APIA, perdem até 60 dias esperando, ou fazendo e consertando. O introdutório VALE, depende da disponibilidade de local. Não pode ser mantido esta  postura. Não pode uma empresa desse porte ter esta relação com seus fornecedores. A VALE precisa mudar.




EXIGÊNCIAS LOCAIS

Também as exigências da prefeitura local são terríveis. Para se estabelecer a empresa vai perder muito tempo entre Jucepa, IPTU (este setor esta ensandecido, exigindo provas e contraprovas que a empresa existe e que exerce realmente o que esta no CNPJ. Tem que avisar a atividade principal, não importa o que esta na receita federal). Atualmente este setor de arrecadação municipal, esta se acreditando mais sábio e importante que a receita federal toda. Equívocos interioranos. Esta inimaginavelmente mais complicado emitir nota fiscal local, então a empreiteira tem que se precaver, ou vai perder dinheiro.



QUALIDADE DA MAO DE OBRA

Geralmente equivalente a 60% da produtividade de  outras praças, o empreiteiro tem que levar este diferencial em conta na composição de seus custos. Pode-se perder num erro desse, prazo, dinheiro. Ainda, na seleção precisa estar atento ao mercado de mão de obra, que é afoito aqui. Desde o esquente de CTPS, a venda de vagas por funcionários do SINE local. Outra exigência absurda, é o cadastro da carteira no SINE, e a exigência de encaminhamento para a contratação. A meu ver, é a nova escravidão e aguardamos a intervenção das autoridades competentes. Tudo a mando de políticos locais.




QUESTÃO VALE

O maior problema na verdade chama-se VALE. Há décadas instalada localmente, com plantas ativas em todo o mundo, a VALE, tem uma postura radical e conservadora em relação as prestadoras de serviço. Hoje acreditamos na função do “Financiamento a Custo Zero”, que podemos e queremos debater e estipular sua formatação matemática. Gosto da teoria do Custo Financeiro Zero, em pratica desde a privatização. É um derivativo marginal, altamente produtivo para financiar atividade primaria como a mineração, apesar dos riscos sociais gravíssimos. Vamos descrever como funciona na prática:



Vai-se construir uma casa. O terreno e os materiais estão colocados. O que vai acrescentar riqueza é o trabalho humano, que juntará os dois. Assim, contrata um construtor por, digamos R$20.000,00. Pago adiantado R$5.000,00  e os serviços vão sendo feitos. Quando se mede 30% do projeto, ainda devo R$15000,00 mas já tenho transformado em trabalho mais do que paguei. Para terminar a casa, não vou gastar mais o valor inicial, quem pegar do ponto, vai terminar o serviço, com menos gastos. Assim, basta achar motivos para aumentar as perdas do construtor para ele começar a perder dinheiro. Algumas multas fazem o resto. Agora temos parte da casa já construída e não gastei sequer a metade do orçamento, tendo já mais de 1/3 pronto. Basta retirar este empreiteiro e colocar outro. Assim, de empresa em empresa, vamos conseguindo pagar com o recurso orçado, nunca precisando recorrer a fontes externas para garantir as obras ou alavancar recursos para compensações de caixa.

É com este derivativo cruel e insustentável que a VALE vem financiando, ao longo dos anos, seus investimentos e sua expansão. A custa da mais-valia de toda sua cadeia de suprimentos.  Esta é a razão de tanta empresa de porte, com larga experiência de obras e soluções, perderem tudo em Carajás.



Como empreendedores na região, temos que fundar a ASSOCIAÇÃO DOS FORNECEDORES DA VALE CARAJAS, para se ter poder de negociação por igual. Esta entidade, independente, vai centralizar diversas atividades, entre elas a gestão de custos locais,  a supervisão da contratação de Mao de obra – neste momento tem trabalhador pagando para trabalhar, há esquema no SINE e dentro das empresas contratantes, a analise jurídica do contrato VALE. Não precisa a empreiteira quebrar ou fugir, deixando todo mundo na mão. Na verdade, a responsabilidade social e jurídica é da VALE, esta atitude respinga na reputação da VALE e eles, como empresa de valor, precisam ter disposição para compreender melhor seus fornecedores, respeitar as pessoas das cidades onde estão instalados e tratar todos por igual. A pratica contratual e de relacionamento da VALE com seus fornecedores, funcionários e comunidade, é DISCRIMINATÓRIA, PARCIAL E PRECONCEITUOSA. Fomentando conflitos numa região naturalmente em guerra definitivamente não ajuda. O imenso capital social de empresa é desperdiçado com um derivativo ridículo e cruel. Para que expor seus fornecedores ao vexame da quebra financeira e da fuga? Quem ganha com mais este conflito? Apenas a VALE e nem tanto assim.



SINDICATOS

Na região, todos os sindicatos estão comprometidos com a gestão da mina de Carajás e com o estilo VALE de produção.  Alias, nem entendemos para que estes sindicatos servem, haja visto que toda a movimentação reivindicatória dos últimos anos, passaram ao largo de suas refesteladas diretorias. Não comentam, não tem posição, não ajudam. Instalado o conflito que poderiam evitar, eles aparecem como mediadores, apenas pondo lenha na fogueira, virada as costas para o lado mais fraco. Suas ações apenas reforçam a tese da VALE, de que os recursos arrestados servem para pagar salários e encargos e azar da empreiteira.  Assim aumentam a pressão sobre a gestão da empresa que perdeu tudo , trabalhou e não recebeu. Salva a imagem da VALE. Precisamos de lideranças esclarecidas e cumpridoras do seu papel. Há enorme espaço para o surgimento de lideranças locais. Nós, como consultoria, advogamos a fragmentação sindical por categoria, como de soldadores, montadores, técnicos de segurança. A representação fica mais linear e seguramente os ganhos de dissídios seriam mais interessantes. Estamos falando de ganho salarial, não de salários indiretos.



ACIP E CDL

Entidades que representam os negócios da cidade. Mas os grandes negócios, na verdade sequer entram na ante-sala dessas entidades. Funcionam na base da vaidade e do apadrinhamento, sujeitas e na rabeira do vetor VALE e PREFEITURA. São entidades sem personalidade ou capacidade de negociação, sequer apresentam opinião ou posicionamento sobre os desmandos da Usina atrás do Morro.  Não há lideranças capacitadas ou com mentalidade aberta para uma nova compreensão do fenômeno imobiliário e financeiro que varreu Parauapebas nos últimos anos. Não tem estudos, nada comunica com o futuro da cidade. Estamos empatados num tremendo perde x perde. Todos sem coragem de inovar, de ouvir e/ ver o novo.




CONCLUINDO

Portanto empreiteiros, de qualquer porte: cuidem de seus custos e de seu relacionamento. Tenham obsessivas equipes jurídicas. E contratem  a EXCLUSIVA CONSULTORIA para representá-los na análise previa de contrato e nos potenciais conflitos que surgiram. Somos EXCLUSIVA. Somos ON DEMAND.


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