domingo, 6 de março de 2016

Sem emprego, trabalhadores procuram outras praças



A HISTÓRIA SE REPETE






A AUSENCIA total de sindicatos de trabalhadores em Parauapebas permitiram este esvaziamento praticamente do emprego na cidade. Ano após ano acostumados à corrupção na hora das negociações de salários e acordos, permitindo que nesses anos todos fosse praticado localmente um dos menores salários do país, os sindicatos e sindicalistas de carteirinha jamais imaginaram que seria um dia necessário poder de argumentação e conhecimento para defenderem os postos de trabalho que sobravam por aqui.

E aconteceu de repente. Tao repentinamente que em 2010 – 2011 quando a classe trabalhadora começou a perceber que havia regras sendo quebradas, não foram suas lideranças regiamente pagas com seu suor que rebelaram. Foram os lideres de campo que primeiro forçaram as paralisação para depois as diretorias de ar refrigerado viessem atrás.

E mais por temor a VALE e as suas regalias que por outra coisa. Não souberam substituir os lideres de campo, fecharam os olhos para a derrocada das empreiteiras que estavam de saída, haviam cumprido seus contratos de instalação. Cabiam agora a mineradora a manutenção e ponto final.

Assim temos assistidos a um esvaziamento final da antiga capital do emprego e minério. Desde 2010 já partiram quase sessenta por cento da mão de obra e para longe. Canaã não absorveu nem quinze por cento. Todos nós temos muitos amigos que se foram. Muitos dos que se foram tinham acabado de comprar a casa própria depois de anos de luta e alugueis exorbitantes. Muitos devolveram as chaves dos sonhos.

Muitos ainda insistem por aqui, mas muito, a grande maioria esta partindo ou de partida. Os  que restam estão desesperados e podem tocar fogo na cidade. Vai restar a saudade, um dia... 

Não havia e não há quem defenda o emprego e trabalho numa terra de piratas, corruptos e covardes. Os trabalhadores deram sua contribuição, agora partem, uma mão na frente, outra atrás. o que Parauapebas deu, ela tomou. 

Os sindicalistas de gabinete restam a vergonha, se houver espaço no cinismo em que enganaram estes peões nos últimos 30 anos. Adeus.