quinta-feira, 14 de abril de 2016

Golpe sórdido





“Seria lamentável se o Brasil perdesse sua democracia com este golpe sórdido. A campanha do impeachment, descrita corretamente como golpe, é um esforço da elite brasileira tradicional para obter por outros meios aquilo que não conseguiu conquistar nas urnas nos últimos anos”, afirma Mark Weisbrot, presidente da Just Foreign Policy, organização norte-americana especializada em política externa

 Mark Weisbrot, economista americano (reprodução)

Mark Weisbrot, presidente da Just Foreign Policy, organização norte-americana especializada em política externa, publicou na Folha de S. Paulo um artigo sobre a tentativa de golpe no Brasil. O texto, divulgado nesta quinta-feira (14), destacou que a presidenta Dilma Rousseff não apresenta qualquer evidência de envolvimento com corrupção e que a acusação de manipulação de contas públicas não justificaria o afastamento.

Para traçar uma analogia com os Estados Unidos, quando os republicanos se negaram a elevar o teto da dívida, em 2013, a administração Obama recorreu a vários truques de contabilidade para adiar o prazo final no qual se alcançaria o limite. Ninguém se incomodou com isso”, escreveu.


O analista ressaltou ainda que a oposição força a derrubada da presidenta, eleita de forma democrática pela maioria da população. “A campanha do impeachment, que o governo descreveu corretamente como golpe, é um esforço da elite brasileira tradicional para obter por outros meios aquilo que não conseguiu conquistar nas urnas nos últimos anos”, pontuou.