Funcionários temem desemprego com privatização de
estatais de energia
Da Redação | 31/08/2016, 18h54 - ATUALIZADO EM 31/08/2016, 18h55
Proposições legislativas
Representantes de funcionários e de empresas de energia debateram nesta
quarta-feira (31) a Medida Provisória 735/16, que altera cinco
leis do setor elétrico para diminuir os custos orçamentários da União.
O representante dos funcionários no Conselho de Administração da
Celgpar, Wagner Alves Vilela Júnior, reclamou em audiência pública na comissão
mista que analisa a MP que as medidas não consideram os trabalhadores das
empresas estatais de energia.
- Os trabalhadores passaram anos estudando para entrar nessas empresas
e, de repente, com o processo de desestatização, eles se veem desempregados -
disse Vilela Júnior.
Realocação de servidores
O dirigente sugere que seja prevista na MP a continuidade do contrato
desses trabalhadores após a privatização das empresas. Ele também propõe a
transferência desses profissionais para outras empresas do setor público que
necessitem dessa mão de obra especializada.
O relator da comissão, deputado José Carlos Aleluia (DEM-BA), aprovou a
ideia e pediu a Vilela Júnior que formalize o pedido. Ele alega que não pode
determinar como serão as contratações das empresas privadas, porém considera
possível a realocação desses profissionais em outros órgãos do governo.
O diretor-executivo do Instituto Acende Brasil, Cláudio Sales, é
favorável à privatização das estatais. Para ele, esse processo possibilitaria
uma diminuição dos valores cobrados aos consumidores. Além disso, ele afirma
que haveria melhoria na qualidade dos serviços, além de poupar os cofres da
União de prejuízos imprevistos, que segundo ele, são recorrentes.
Biodiversidade
O vice-presidente da Federação Nacional dos Urbanitários, Nailor
Guimarães, se mostrou preocupado com a privatização de empresas que atuam em
regiões de grande biodiversidade, como a Amazônia.
- Essa MP entrega as estatais, construídas com muito suor, a grupos
privados. Provavelmente também a grupos estrangeiros. Parte das distribuidoras
é na Amazônia. Se por acaso forem vendidas para grupos chineses. A
biodiversidade ficará a mercê de pesquisadores chineses - alertou.
Belo Monte
O presidente da comissão mista, senador Hélio José (PMDB-DF), criticou a
construção da hidrelétrica de Belo Monte, no norte do Pará. Para ele, o
financiamento de R$ 40 bilhões foi mal investido, já que a usina produz apenas
4,5 Mw.
Conforme Hélio José, com metade do investimento seria possível construir
usinas de energias limpas com potencial para gerar 12,5 Mw.
- Poderíamos atender a população com energia solar, eólica, ou com
qualquer outra fonte não poluente. Sinceramente não sou favorável, o Brasil
possui outras alternativas - afirmou.
Com informações da Agência Câmara
Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência
Senado)