Tarifa de
energia deve ficar no patamar 2, se escassez de chuva continuar
- 20/10/2017 16h13
- Brasília
Luciano
Nascimento - Repórter da Agência Brasil
Aneel:
tendência é ser mantida em novembro bandeira vermelha patamar 2
Arquivo/ABr
Se o cenário hidrológico permanecer
desfavorável, com o registro de chuvas abaixo da média histórica, a tarifa
elétrica em novembro poderá permanecer no patamar2, que adiciona R$ 3,50, a
cada quilowatt-hora (Kwh) consumido.
“A continuar com o desenho que temos até agora, aponta-se para a manutenção da bandeira vermelha patamar 2”, disse hoje (20) o presidente da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Romeu Rufino.
“A continuar com o desenho que temos até agora, aponta-se para a manutenção da bandeira vermelha patamar 2”, disse hoje (20) o presidente da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Romeu Rufino.
O assunto será tema da reunião da
agência na próxima terça-feira (24). Na ocasião, a agência deverá lançar uma
consulta pública para discutir a metodologia de acionamento das bandeiras, que,
atualmente se baseia no valor do Custo Marginal de Operação (CMO) para o
próximo mês.
Isso significa que, se houver um
grande volume de chuva nos próximos dias, o modelo toma essa precipitação para
constituir o valor futuro, mesmo que as chuvas diminuam.
A Aneel avalia a possibilidade de
que também seja considerado o nível de armazenamento dos reservatórios no
cálculo da tarifa. Se a fórmula que será debatida estivesse em vigor, a agência
poderia ter acionado antes as bandeiras amarela e/ou vermelha durante o período
seco, quando já se esperava uma hidrologia desfavorável e diminuição acima da
média do volume dos reservatórios.
Na quinta-feira, o Comitê de
Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE) disse que vai reforçar o pedido para a
Petrobras para “viabilizar” combustível para as termelétricas operacionalmente
disponíveis, mas que estão paradas por falta do insumo. No início do mês,
diante da previsão de que o armazenamento dos reservatórios das usinas
hidrelétricas fique abaixo do verificado em 2014, ano mais crítico do histórico
recente, o comitê já havia decidido acionar a petrolífera para fornecer
combustível para algumas termelétricas movidas a gás.
Por conta do baixo nível dos
reservatórios das hidrelétricas, o governo tem que acionar as usinas térmicas
para garantir o fornecimento de energia. Na reunião, o comitê reiterou que não
há risco de desabastecimento de energia e, após análise de custos e benefícios,
o voltou a descartar o acionamento das usinas termelétricas mais caras, cujo
custo está acima do preço da energia no mercado à vista, o chamado
"despacho fora da ordem de mérito".
Com essa decisão, permanecerão
desligadas as térmicas cujo custo da energia supera o preço no mercado de curto
prazo. O tema, entretanto, será debatido novamente na próxima semana. Além
disso, o comitê também reiterou, se necessário, o aumento da importação de
energia elétrica da Argentina e do Uruguai “na medida em que for possível”.
De acordo com o comitê, o cenário
hidrológico para os próximos sete dias tem previsão de “anomalias negativas de
precipitação na região central do Brasil”, área de abrangência das bacias de
maior relevância para a geração de energia elétrica e de precipitação acima da
média no extremo Sul, o que aponta para um atraso na transição para o período
úmido em relação ao histórico de chuvas.
Edição: Nádia
Franco