Porque um protesto na portaria da VALE, para toda uma
cidade em Carajás.
Então, ao menos deveria se ter um plano social para evitar as aglomerações e ações nesta portaria. Não temos, nunca teve. Toda e qualquer decisão sobre nossa cidade, vamos trazer especialistas de fora para resolver. Cobram caro, quando chegam aqui, não resolvem. Não resolvem porque não conhecem perfil sociografico, história, estratificação social, relações interpessoais de aglomerados urbanos como nós somos. Temos especialistas aqui, e não são solicitados porque estas relações burras e antigas não permitem. Os grupos de poder estão perdidos porque são antigos, não querem renovar suas relações, resgatar outras. A VALE tem sido, pelo seu papel central neste processo a mais antiga, não relaciona com ninguém aqui, apenas com os grupos corruptos e de poder. Não enxerga além.
A VALE precisa de uma nova
estratégia de gestão social. Não é contemplar ONGs ou associações e sindicatos,
mas ela própria ter como intervir nas condições subumanas que seus peões sofrem
em Parauapebas. Um minério manchado de sangue, desonra e incalculáveis
sacrifícios ambientais esta sendo vendido para todo o mundo. Precisamos do hospital do núcleo para
ajudar a salvar vidas. A VALE precisa urgente tirar a portaria da cidade nova,
desviando o acesso a mina por outra entrada, deixando a saída por aqui, não altera
a rotina de ninguém. A prefeitura precisa repensar o sistema de trafego de
Parauapebas. Investimentos em infraestrutura, novas vias, sistemas eficientes
de controle de transito. Precisamos tirar o trafego da PA do centro de
Parauapebas. Os caminhões que entram na cidade apenas para apanhar documentos e
seguirem para Canaã, podem ser atendidos em escritórios VALE fora da cidade.
Falamos sempre e temos convicções que Parauapebas é uma cidade rica, que experimenta um assombroso crescimento, que tem renda de exportação maior que São Paulo, que isto e aquilo e esquecemos o essencial: os seres humanos que vivem aqui.
Não temos uma UTI preparada para hemodiálise, justo aqui, numa área de água contaminada e de fortes tendências a acidentes tendo um ambiente de risco 4 dentro de nossas fronteiras. Possuímos um sistema de transito caótico e incompetente, uma turba violenta e sem controle, um aparato de segurança assassino e autoridades complicadas, sem compromisso e enroladas. Nem as clinicas particulares conseguem atender a demanda assustadora de pacientes que as lotam, aguardando por uma consulta, mesmo pagando os caros planos de saúde exigidos por Carajás. O sistema de saúde publica não funciona, esgotou, não há médicos, e no SESP pode-se aguardar até um dia e uma noite por atendimento de urgência. Que orgulho temos desta cidade e de seus recursos de exportação ou fortemente centralizados?
Ontem sentimos na pele a importância que os acontecimentos de Carajás tem para nos. Quase esquecemos que a VALE é nossa razão de aqui estar, todos nós, queiramos ou não. É a mineradora a razão de todo e qualquer investimento, tese, sucesso ou fracasso aqui. Quando insatisfeitos com algo, por qualquer motivo, vamos parar a portaria da VALE e assim paramos a cidade inteira. Não entendemos como pessoas tão capacitadas em seus discursos e ações, possam não ter estratégias sobre o óbvio. Se quisermos parar a mina e Parauapebas, vamos parar a portaria da VALE, centro nervoso, econômico e social desta cidade.
Nos últimos vinte anos, as
lideranças sindicais são as mesmas. São sindicatos de tudo, não reservam atenção
ou estudos para os diversos setores profissionais que abrigam. Um sindicato de
construção civil não pode representar um soldador ou eletricista da mina de
ferro. Um sindicato de metalúrgicos jamais poderia representar mineiros, se
formos generalizar. Então não representam ninguém e assim, possuem carta branca
para negociatas, acordos e financiamentos pessoais. A massa bruta, os peões que
dão sangue, coração, saúde e vigor para fazer do Brasil o maior exportador de
minérios de ferro do mundo, de fazer da VALE a maior mineradora do mundo são
tratados como podres: uma policia violenta e despreparada, a prender peões por
desacato a autoridade quando recusam, em suas
blits absurdas a procurar bandidos onde so tem peões a descansar e tomar
um gole, e humilhação das revistas e mãos na parede, a falsos médicos que
sequer tiram pressão e olham para seu paciente, mesmo recebendo por seu
serviço, a hospitais sujos, com pessoal arrogante, despreparado e furiosos, a sanha enriquecedora de empresas
vitimas de licitações e cotações autoritárias. E sobretudo a ira desgraçada de
políticos que sequer merecem comparações com qualquer elemento da natureza e
que ficam perplexos o tempo todo, de queixo caído ante as possibilidades de
fazerem algo e que preferem encher seus próprios bolsos.
Assim vemos nossa Parauapebas
caminhar para o desespero. A Nova Usina pecou sim, ao deixar um problema grave
ganhar as proporções de ontem. Fortes sinais e indícios que algo não ia
bem já na quinta feira dava para
preocupar. O sistema de proteção social da VALE errou feio, nem sei se este
monstro tem algum sistema de proteção social. Patrimonial tem, nesta cidade não
temos pessoas, mas patrimônio, objetos, bens, posses. Os sindicatos nem sabiam
do que estava acontecendo e certamente acreditaram que podiam controlar e
dominar a revolta dos peões. Todos perderam, a cidade perdeu. Ficamos parados
quase toda a manha, como convencer tantos homens que tudo vai bem quando cada
um sabe da mentira?
E quem vai ouvir os peões? Esta
esgotado este modelo sindical, a força dos trabalhadores é colossal e esta
livre, selvagemente livre. Os políticos não a podem alcançar, não entendem quem trabalha. A
policia não tem as competências. O estado é ausente. As empresas são cegas
demais, estão perdidas em seus custos e
controle e a VALE tem preocupações de sobra no Canadá, na Austrália, na
China e outros. Quem vai ouvir e ordenar as demandas dos peões? Ontem foi
apenas um sinal dos novos tempos.
Bancos, casas lotéricas,
hospitais, serviços incompetentes, atenção. Uma fotografia foi tirada ontem e amanha
podem estar sua parede. Vamos andar com os tempos modernos das mídias sociais,
da comunicação turbinada por celulares e da oferta massiva de vagas, sem a
contrapartida da mobilidade de mao de obra. FALA PEAO!
Voltando ao consorcio Nova Usina, trata-se da problemática de mais um consorcio. Todos geram problemas para nossa cidade. Não sei, talvez desencontros internos, gestão, planejamento. Mas o fato é, todos os consórcios que trabalham ou trabalharam em Carajás, Salobro ou Sossego, trouxeram problemas e os deixaram aqui quando se foram. São reflexos de sua imobilidade frente as frenéticas mudanças e alterações contratuais que a VALE exige e renova. Os consórcios padecem da agilidade das empresas normais. Parauapebas não pode pagar eternamente por falhas segregadas de empresas visitantes. Mas outras empreiteiras estão enfrentando os mesmos problemas. Com o numero crescente de obras por todo o Brasil, já houve uma alinhamento para cima nos salários de todos os trabalhadores. Em todas as praças, os salários estão mais consistentes. Em Parauapebas não. Mas a Rádio Peão, a emissora mais poderosa do Brasil, esta com o noticiário em aberto, comentando os próximos acontecimentos. Os sindicatos não estão a ouvir, as empresas estão surdas e a VALE não se importa mesmo. Teremos movimento, e dos grandes. Ninguém suporta estes salários de fome mais, há serviço em todo canto do país. PEOES EM MOVIMENTO!
VEJA MAIS FOTOS DA PARALISAÇÃO DA PORTARIA DE CARAJÁS:
Voltando ao consorcio Nova Usina, trata-se da problemática de mais um consorcio. Todos geram problemas para nossa cidade. Não sei, talvez desencontros internos, gestão, planejamento. Mas o fato é, todos os consórcios que trabalham ou trabalharam em Carajás, Salobro ou Sossego, trouxeram problemas e os deixaram aqui quando se foram. São reflexos de sua imobilidade frente as frenéticas mudanças e alterações contratuais que a VALE exige e renova. Os consórcios padecem da agilidade das empresas normais. Parauapebas não pode pagar eternamente por falhas segregadas de empresas visitantes. Mas outras empreiteiras estão enfrentando os mesmos problemas. Com o numero crescente de obras por todo o Brasil, já houve uma alinhamento para cima nos salários de todos os trabalhadores. Em todas as praças, os salários estão mais consistentes. Em Parauapebas não. Mas a Rádio Peão, a emissora mais poderosa do Brasil, esta com o noticiário em aberto, comentando os próximos acontecimentos. Os sindicatos não estão a ouvir, as empresas estão surdas e a VALE não se importa mesmo. Teremos movimento, e dos grandes. Ninguém suporta estes salários de fome mais, há serviço em todo canto do país. PEOES EM MOVIMENTO!
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