Gustavo Poloni, enviado especial a Parauapebas | 12/05/2010 05:15
O empresário José Rinaldo Alves de Carvalho sempre foi uma pessoa precoce. Natural de Ceres, cidade de 19 mil habitantes em Goiás, começou a trabalhar aos 12 anos como office boy do Agrobanco. Dez anos e uma mudança de emprego depois, já era gerente do Banco do Estado do Goiás (BEG). Quando todo mundo acreditava que faria uma carreira bem-sucedida na instituição financeira, Zé Rinaldo largou tudo para ser sócio de um supermercado em Parauapebas, no sudeste do Pará. Deu certo. Aos 37 anos, seu patrimônio inclui hoje três supermercados, quatro hotéis, uma operadora de turismo, um restaurante e duas fazendas. “Não tem lugar melhor para ganhar dinheiro”, diz o empresário.
Zé Rinaldo tem 12 empresas, mas prefere não revelar o faturamento delas: medo da violência
A mudança de Zé Rinaldo para o Pará aconteceu meio por acaso. Em 1995, seu pai viajou para a cidade ao lado de um amigo e foi apresentado para o dono de um supermercado na região. Como já trabalhava com varejo na sua cidade natal, logo percebeu tratar-se de um bom negócio. Quando voltou para Goiás, perguntou ao filho se ele queria ser seu sócio. Zé Rinaldo não pensou duas vezes: pediu demissão do BEG e, com R$ 19 mil em mãos, mudou-se para Parauapebas em janeiro de 1996. Durante quatro anos, trabalhou 16 horas por dia para fazer o supermercado dar certo. “Logo as outras oportunidades de negócio foram surgindo”, diz o empresário.
Apesar de ser um dos empresários mais bem sucedidos da região, Zé Rinaldo tenta levar uma vida discreta. Perguntado sobre o faturamento das suas empresas, muda logo de assunto. “Tenho medo da violência”, afirma ele. Quando não está cuidando dos negócios, divide seu tempo entre a Associação Comercial, Industrial e Serviços de Parauapebas (Acip), da qual é presidente, e suas duas fazendas. Ao falar da maior delas, chamada Fazenda Sul Carajás, abre um sorriso e puxa um pedaço de papel enrolado do fundo da sala. Sobre a mesa, mostra o tamanho da propriedade: 1,5 mil hectares, 1,5 mil cabeças de gado e muita mata virgem. “É só lá que consigo relaxar”, afirma.
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