Todos
esqueceram que a DSERVICE já quebrou e perdeu muito dinheiro aqui. Era por
volta de 20005. Perdeu a razão com a
VALE, trocou de nome, pegou novos contratos e acabou novamente na mesma
vala: perda de prestigio, de razão, de
imagem. Quebrou quando, segundo Uarlem Silva, secretario geral do Simetal, perdeu duas notas para a VALE, que
reteve os recursos, alegando quebra de contrato. Recorrentes multas e
posicionamentos equivocados levam as empreiteiras a perderem rios de dinheiro,
mais-valia e recursos. Porque as empresas, como a DSERVICE, mesmo compreendendo
que vão perder, insistem em prestar serviços na Usina Atrás do Morro em Carajás?
PRECONCEITO
SULISTA
A massiva
maioria das empreiteiras que chegam aqui, venceram concorrência nas praças do
sul do país, estão imbuídas de um trunfo vencedor e não acreditam em
consultorias locais. No seu pensamento, se fossem bons estariam no sul. É onde se
perdem, amargam prejuízos terríveis. As
pessoas que vieram antes para o norte e as pessoas daqui são tão espertas ou
sabias quanto qualquer pessoa no mundo. Estão adaptadas a viver aqui, conhecem
profundamente a reativa e os costumes locais. Portanto temos o que ensinar sim
as empreiteiras de qualquer porte. Quase todas que perderam dinheiro aqui,
poderiam ter evitado estas perdas. Leiam trechos de postagens anteriores neste
blog, há anos estamos alertando as empresas que decidem aceitar as ofertas da
VALE.
INFALIBILIDADE
OUTRO problemas
recorrente dessas empresas é a crença de que não erram. Em si, esta crença é o
maior erro delas. Todos tem capacidade de acertar e errar, principalmente quem
arrisca e sai de sua zona de conforto. Lamentamos a queda da DSERVICE, mas
reconhecemos a arrogância dessa empresa nas relações locais e principalmente na
relação com seus funcionários. Dispensa por justa causa devido à paralisação
por melhores condições de trabalho e até ameaça de morte é algo grave e muito,
muito forte.
QUALIDADE DO
GESTOR EXPATRIADO
Para estas
empresas, após ganharem o contrato vale e conhecerem o local da obra, o
problema é quem vem encarar o desafio. São uns poucos. Geralmente quem topa vir
não é o mais competente, na maioria das vezes é o mais corajoso. Assim, só de observar as filas na porta, os
primeiros contatos da empresa, nós sabemos quanto tempo ela vai suportar o peso
VALE, desgastando suas entranhas.
EXIGÊNCIAS VALE
Devem ser
únicas as exigências desta gerencia da VALE no contexto do Brasil. Tem empresa
que leva até 90 dias entre assinar o contrato e o inicio real dos serviços,
tamanha são as exigências da VALE para receber os serviços. No draconiano
contrato, as obrigações são todas da empresa. Te mos conhecimento de clientes
que ficaram esperando até 90 dias. Quando desistiram, não receberam nada,
apenas perderam o que tinham. Grandes empreiteiras como a APIA, perdem até 60
dias esperando, ou fazendo e consertando. O introdutório VALE, depende da
disponibilidade de local. Não pode ser mantido esta postura. Não pode uma empresa desse porte ter
esta relação com seus fornecedores. A VALE precisa mudar.
EXIGÊNCIAS
LOCAIS
Também as
exigências da prefeitura local são terríveis. Para se estabelecer a empresa vai
perder muito tempo entre Jucepa, IPTU (este setor esta ensandecido, exigindo
provas e contraprovas que a empresa existe e que exerce realmente o que esta no
CNPJ. Tem que avisar a atividade principal, não importa o que esta na receita
federal). Atualmente este setor de arrecadação municipal, esta se acreditando
mais sábio e importante que a receita federal toda. Equívocos interioranos.
Esta inimaginavelmente mais complicado emitir nota fiscal local, então a
empreiteira tem que se precaver, ou vai perder dinheiro.
QUALIDADE DA
MAO DE OBRA
Geralmente
equivalente a 60% da produtividade de
outras praças, o empreiteiro tem que levar este diferencial em conta na
composição de seus custos. Pode-se perder num erro desse, prazo, dinheiro. Ainda,
na seleção precisa estar atento ao mercado de mão de obra, que é afoito aqui.
Desde o esquente de CTPS, a venda de vagas por funcionários do SINE local.
Outra exigência absurda, é o cadastro da carteira no SINE, e a exigência de
encaminhamento para a contratação. A meu ver, é a nova escravidão e aguardamos
a intervenção das autoridades competentes. Tudo a mando de políticos locais.
QUESTÃO VALE
O maior
problema na verdade chama-se VALE. Há décadas instalada localmente, com plantas
ativas em todo o mundo, a VALE, tem uma postura radical e conservadora em
relação as prestadoras de serviço. Hoje acreditamos na função do “Financiamento
a Custo Zero”, que podemos e queremos debater e estipular sua formatação
matemática. Gosto da teoria do Custo Financeiro Zero, em pratica desde a
privatização. É um derivativo marginal, altamente produtivo para financiar
atividade primaria como a mineração, apesar dos riscos sociais gravíssimos.
Vamos descrever como funciona na prática:
Vai-se construir
uma casa. O terreno e os materiais estão colocados. O que vai acrescentar
riqueza é o trabalho humano, que juntará os dois. Assim, contrata um construtor
por, digamos R$20.000,00. Pago adiantado R$5.000,00 e os serviços vão sendo feitos. Quando se
mede 30% do projeto, ainda devo R$15000,00 mas já tenho transformado em
trabalho mais do que paguei. Para terminar a casa, não vou gastar mais o valor
inicial, quem pegar do ponto, vai terminar o serviço, com menos gastos. Assim,
basta achar motivos para aumentar as perdas do construtor para ele começar a
perder dinheiro. Algumas multas fazem o resto. Agora temos parte da casa já
construída e não gastei sequer a metade do orçamento, tendo já mais de 1/3
pronto. Basta retirar este empreiteiro e colocar outro. Assim, de empresa em
empresa, vamos conseguindo pagar com o recurso orçado, nunca precisando
recorrer a fontes externas para garantir as obras ou alavancar recursos para
compensações de caixa.
É com este
derivativo cruel e insustentável que a VALE vem financiando, ao longo dos anos,
seus investimentos e sua expansão. A custa da mais-valia de toda sua cadeia de
suprimentos. Esta é a razão de tanta
empresa de porte, com larga experiência de obras e soluções, perderem tudo em Carajás.
Como
empreendedores na região, temos que fundar a ASSOCIAÇÃO DOS FORNECEDORES DA
VALE CARAJAS, para se ter poder de negociação por igual. Esta entidade,
independente, vai centralizar diversas atividades, entre elas a gestão de
custos locais, a supervisão da
contratação de Mao de obra – neste momento tem trabalhador pagando para
trabalhar, há esquema no SINE e dentro das empresas contratantes, a analise
jurídica do contrato VALE. Não precisa a empreiteira quebrar ou fugir, deixando
todo mundo na mão. Na verdade, a responsabilidade social e jurídica é da VALE,
esta atitude respinga na reputação da VALE e eles, como empresa de valor,
precisam ter disposição para compreender melhor seus fornecedores, respeitar as
pessoas das cidades onde estão instalados e tratar todos por igual. A pratica
contratual e de relacionamento da VALE com seus fornecedores, funcionários e
comunidade, é DISCRIMINATÓRIA, PARCIAL E PRECONCEITUOSA. Fomentando conflitos
numa região naturalmente em guerra definitivamente não ajuda. O imenso capital
social de empresa é desperdiçado com um derivativo ridículo e cruel. Para que
expor seus fornecedores ao vexame da quebra financeira e da fuga? Quem ganha
com mais este conflito? Apenas a VALE e nem tanto assim.
SINDICATOS
Na região,
todos os sindicatos estão comprometidos com a gestão da mina de Carajás e com o
estilo VALE de produção. Alias, nem
entendemos para que estes sindicatos servem, haja visto que toda a movimentação
reivindicatória dos últimos anos, passaram ao largo de suas refesteladas
diretorias. Não comentam, não tem posição, não ajudam. Instalado o conflito que
poderiam evitar, eles aparecem como mediadores, apenas pondo lenha na fogueira,
virada as costas para o lado mais fraco. Suas ações apenas reforçam a tese da
VALE, de que os recursos arrestados servem para pagar salários e encargos e
azar da empreiteira. Assim aumentam a
pressão sobre a gestão da empresa que perdeu tudo , trabalhou e não recebeu.
Salva a imagem da VALE. Precisamos de lideranças esclarecidas e cumpridoras do
seu papel. Há enorme espaço para o surgimento de lideranças locais. Nós, como
consultoria, advogamos a fragmentação sindical por categoria, como de
soldadores, montadores, técnicos de segurança. A representação fica mais linear
e seguramente os ganhos de dissídios seriam mais interessantes. Estamos falando
de ganho salarial, não de salários indiretos.
ACIP E CDL
Entidades que
representam os negócios da cidade. Mas os grandes negócios, na verdade sequer entram
na ante-sala dessas entidades. Funcionam na base da vaidade e do
apadrinhamento, sujeitas e na rabeira do vetor VALE e PREFEITURA. São entidades
sem personalidade ou capacidade de negociação, sequer apresentam opinião ou
posicionamento sobre os desmandos da Usina atrás do Morro. Não há lideranças capacitadas ou com
mentalidade aberta para uma nova compreensão do fenômeno imobiliário e
financeiro que varreu Parauapebas nos últimos anos. Não tem estudos, nada comunica
com o futuro da cidade. Estamos empatados num tremendo perde x perde. Todos sem
coragem de inovar, de ouvir e/ ver o novo.
CONCLUINDO
Portanto
empreiteiros, de qualquer porte: cuidem de seus custos e de seu relacionamento.
Tenham obsessivas equipes jurídicas. E contratem a EXCLUSIVA CONSULTORIA para representá-los
na análise previa de contrato e nos potenciais conflitos que surgiram. Somos
EXCLUSIVA. Somos ON DEMAND.
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