Aumento nas
tarifas de luz estimula procura por geradores
Sotreq prevê
crescimento em relação a 2014 e JCB inicia vendas de grupo gerador no Brasil
Redação PE
A retração da atividade industrial e
a alta nas tarifas de energia tornam díspares os negócios no setor de grupos
geradores. De um lado, o parque de máquinas ocioso freou as aquisições desses
equipamentos por locadoras, concessionárias e prestadoras de serviço. Por
outro, a crise hídrica brasileira às vésperas de impactar o desempenho das hidrelétricas
que respondem por nada menos que 70% da matriz energética, tornam iminente a
necessidade das plantas de geração ou cogeração de energia.
Geralmente as construtoras optam por
utilizar um grupo gerador, com intuito de obterem energia imediata e não se
tornarem reféns dos impasses burocráticos necessários para o fornecimento de
elevada demanda de energia em uma obra. Alguns consumidores finais também
precisam manter um back-up de energia alternativa, para não dependerem
totalmente da concessionária, como hospitais, estabelecimentos comerciais,
hotéis, centros de convenções, indústria e o varejo no geral.
É prudente destacar que, mesmo com
aumento em cerca de 50% nas contas de luz em algumas regiões, a energia
fornecida pela concessionária é mais barata em relação à geração ou cogeração.
Mas num projeto onde a máquina monitora a rede elétrica e detecta uma
interrupção abrupta no fornecimento, acionando o grupo gerador e assumindo a
carga total ou parcial do local, a segurança não tem preço.
CRESCIMENTO MODESTO
EM RELAÇÃO A 2014
No geral, espera-se um baixo crescimento nas vendas de grupos geradores. A dificuldade no financiamento e as taxas de juros mais altas tiveram impacto nas vendas. A Sotreq teve um aumento no número de consultas no primeiro trimestre de 2015, seja para aplicações em emergência ou para estudos de utilização de geradores em horário de ponta, no qual o uso dos equipamentos pode ser vantajoso em relação à tarifa cobrada neste período do dia (três horas por dia, com horário variando conforme a localidade).
De acordo com Sergio Padovan, gerente
de vendas de Energia da Sotreq, a maior utilização de geradores é para
emergência (ou stand by), onde suprem eventuais problemas no fornecimento de
energia elétrica por parte das concessionárias, como interrupções inesperadas.
“Podemos afirmar que todos os
segmentos da economia têm se preocupado e instalado geradores como forma de
aumentar a confiabilidade de geração de energia em suas atividades, como
aeroportos, hospitais, condomínios residenciais e comerciais, supermercados,
shoppings centers, hotéis e indústrias dos mais variados setores”, informa
Sergio Padovan.
“Ainda estamos analisando o
comportamento do mercado em função das atuais circunstâncias da economia, mas o
início do ano se comportou fortemente aquecido em função da preocupação com o
nível dos reservatórios das usinas hidroelétricas e possibilidade de
racionamento de energia”, explica Padovan.
Para 2015, a Sotreq prevê um
crescimento em relação ao ano anterior, mesmo tendo conhecimento do momento
econômico do país e suas dificuldades. “Energia confiável é vital para todos os
segmentos e, com a retomada do crescimento econômico, acreditamos que os
clientes retomarão os investimentos em grupos geradores para suas atividades.
Além disso, os recentes aumentos nas tarifas de energia propiciam como
alternativa a aquisição de grupos geradores também para aplicações em horário
de ponta, com o retorno sobre o investimento podendo ser bastante atrativo,
dependendo da avaliação caso a caso”, observa Padovan.
O diretor comercial da JCB do Brasil,
Nei Hamilton, acrescenta que diante do cenário atual, com possíveis
dificuldades de geração pelas usinas hidrelétricas e alto custo de energia das
termoelétricas, o Ministério de Minas e Energia incentiva o uso de geradores.
“A tendência é que os empresários busquem cada vez mais segurança no
abastecimento de energia por meio do aluguel ou compra de fontes auxiliares”,
avalia.
APOSTA NA VENDA DE
GERADORES, ALÉM DA LINHA AMARELA
A JCB do Brasil recentemente passou a oferecer ao mercado uma opção de geradores. De acordo com Nei Hamilton, a intenção inicialmente é conhecer um pouco mais desse mercado sem gerar expectativas de atingir expressivos percentuais de participação. “Neste momento, estamos focados em introduzir os produtos. Temos a possibilidade de fabricá-los no Brasil, mas este não é o momento, tampouco nossa atual missão. Os geradores são importados das fábricas da Inglaterra ou da Índia”, enfatiza Hamilton.
De qualquer forma, a JCB investiu na preparação de equipe técnica e
estoque de peças para garantia de serviço pós-venda. A primeira distribuidora
dos geradores da marca no Brasil é a Entec, empresa localizada em Manaus (AM).
Além de atender a todo o estado do Amazonas e Roraima, a Entec busca
especificamente o pólo industrial da Zona Franca de Manaus, com pretensão de
atingir 15% do mercado da região nos próximos três anos. “Porém os demais
distribuidores também podem comercializar os geradores”, informa Hamilton.
A Sotreq fez há pouco tempo a entrega e a instalação eletromecânica de grupo gerador Caterpillar para atender às demandas de emergência no RIOgaleão – Aeroporto Internacional Tom Jobim. O grupo gerador utilizado é o modelo C175-20 com potência de 5.000 kVA, em um projeto que ainda prevê ampliação, acompanhando as melhorias do próprio aeroporto.
A Sotreq fez há pouco tempo a entrega e a instalação eletromecânica de grupo gerador Caterpillar para atender às demandas de emergência no RIOgaleão – Aeroporto Internacional Tom Jobim. O grupo gerador utilizado é o modelo C175-20 com potência de 5.000 kVA, em um projeto que ainda prevê ampliação, acompanhando as melhorias do próprio aeroporto.
A Cummins produz grupos geradores de
15 a 3.125 kVA, disponíveis para todos os tipos de aplicações. Com sistemas
integrados, de acordo com a empresa, os geradores incluem chaves de
transferência, equipamentos de paralelismo e controles digitais, em modelos
movidos a diesel e a gás, abertos ou carenados, sistemas de controle e
transferência e controles digitais PowerCommand.
COLABORARAM PARA ESTA MATÉRIA
Sergio Padovan – Gerente de vendas de Energia da Sotreq
Nei Hamilton – Diretor comercial da JCB do Brasil
Cummins Power Generation