Álcool
matou mais de 3 milhões de pessoas no mundo em 2016, aponta OMS
Publicado
em 21/09/2018 - 17:44
Por Heloisa
Cristaldo - Repórter da Agência Brasil Brasília
O consumo de álcool foi o
responsável pela morte de mais de 3 milhões de pessoas no mundo em 2016,
representando uma em cada 20 mortes. O alerta foi divulgado hoje (21) pela
Organização Mundial da Saúde (OMS). O relatório global sobre o consumo
global de álcool e suas consequências adversas para a saúde aponta que os
homens representam mais de três quartos das mortes. No geral, o uso nocivo do
álcool causa mais de 5% das doenças no mundo.
Segundo a OMS, 28% das mortes
relacionadas ao álcool são resultado de lesões, como as causadas por acidentes
de trânsito, autolesão e violência interpessoal; 21% se devem a distúrbios
digestivos; 19% a doenças cardiovasculares e o restante por doenças
infecciosas, câncer, transtornos mentais e outras condições de saúde.
Mundialmente, o álcool foi
responsável por 7,2% das mortes prematuras (de pessoas com menos de 69 anos) em
2016. Além disso, 13,5% mortes entre pessoas entre 20 e 29 anos de idade são
atribuídas ao álcool.
A estimativa da organização é que
237 milhões de homens e 46 milhões de mulheres sofram com transtornos
relacionados ao consumo de álcool, com maior prevalência entre homens e
mulheres na região Europeia (14,8% e 3,5%, respectivamente) e na região das
Américas (11,5% e 5,1%, respectivamente). O relatório indica que os transtornos
por uso de álcool são mais comuns em países de alta renda.
“O álcool frequentemente
fortalece as desigualdades entre e dentro dos países, dificultando a realização
dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU, que exige que as
desigualdades sejam reduzidas. Danos provocados por uma determinada quantidade
de bebida é maior para os consumidores mais pobres e suas famílias do que para
consumidores mais ricos. Este padrão de maior “dano por litro” é encontrado
para muitos prejuízos causados pelo álcool”, aponta o relatório.
Consumo
A estimativa da OMS é que 2,3
bilhões de pessoas consumam álcool atualmente. O consumo representa mais da
metade da população das Américas, Europa e Pacífico Ocidental.
O consumo médio diário de pessoas
que bebem álcool é de 33 gramas de álcool por dia, o equivalente a dois copos
(cada um de 150 ml) de vinho, uma garrafa grande de cerveja (750 ml) ou duas
doses (cada uma de 40 ml) de bebidas destiladas. A Europa registra o maior
consumo per capita do mundo, embora esse tenha diminuído em mais de 10% desde
2010.
O estudo aponta que, nas regiões
da África, Américas, Mediterrâneo Oriental e Europa, a porcentagem de
consumidores diminuiu desde 2000. No entanto, aumentou na região do Pacífico
Ocidental de 51,5% em 2000 para 53,8% hoje e permaneceu estável no
sudeste da Ásia.
Perfil
Em todo o mundo, 27% dos jovens
com idade entre 15 e 19 anos consomem álcool atualmente. As taxas de consumo
são mais altas entre os jovens de 15 a 19 anos na Europa (44%), seguidas das
Américas (38%) e do Pacífico Ocidental (38%). Globalmente, 45% do total de
álcool é consumido na forma de bebidas alcoólicas. A cerveja é
a segunda bebida em termos de consumo puro de álcool (34%), seguida
do vinho (12%).
Por outro lado, o estudo indica
que mais da metade (57% ou 3,1 bilhões de pessoas) da população global com 15
anos ou mais se absteve de consumir álcool nos últimos 12 meses.
A perspectiva da OMS é que até
2025, o consumo total de álcool per capita em pessoas com 15 anos ou mais de
idade aumente nas Américas, no Sudeste Asiático e no Pacífico Ocidental.
“É improvável que isso seja
compensado por quedas substanciais no consumo nas outras regiões. Como
resultado, o consumo total de álcool per capita no mundo pode chegar a 6,6
litros em 2020 e 7,0 litros em 2025, a menos que as tendências crescentes de
consumo de álcool na Região das Américas e no Sudeste Asiático e no Pacífico
Ocidental sejam interrompidas e revertidas”, afirma o relatório.
O consumo de álcool entre as
mulheres diminuiu na maioria das regiões do mundo, exceto nas regiões do
sudeste asiático e do Pacífico Ocidental, mas o número absoluto de mulheres que
bebem atualmente aumentou no mundo.
Ao todo, 95% dos países têm
impostos sobre o consumo de álcool, mas menos da metade deles usa outras
estratégias, como a proibição de vendas abaixo do custo ou descontos por
volume. A maioria deles tem algum tipo de restrição à publicidade de cerveja,
com proibições totais mais comuns para televisão e rádio, mas menos comuns para
a internet e mídias sociais.
Edição: Sabrina
Craide
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