A HISTÓRIA SE REPETE
A
AUSENCIA total de sindicatos de trabalhadores em Parauapebas permitiram este
esvaziamento praticamente do emprego na cidade. Ano após ano acostumados à
corrupção na hora das negociações de salários e acordos, permitindo que nesses
anos todos fosse praticado localmente um dos menores salários do país, os
sindicatos e sindicalistas de carteirinha jamais imaginaram que seria um dia necessário
poder de argumentação e conhecimento para defenderem os postos de trabalho que
sobravam por aqui.
E
aconteceu de repente. Tao repentinamente que em 2010 – 2011 quando a classe
trabalhadora começou a perceber que havia regras sendo quebradas, não foram
suas lideranças regiamente pagas com seu suor que rebelaram. Foram os lideres
de campo que primeiro forçaram as paralisação para depois as diretorias de ar
refrigerado viessem atrás.
E
mais por temor a VALE e as suas regalias que por outra coisa. Não souberam
substituir os lideres de campo, fecharam os olhos para a derrocada das empreiteiras
que estavam de saída, haviam cumprido seus contratos de instalação. Cabiam agora
a mineradora a manutenção e ponto final.
Assim
temos assistidos a um esvaziamento final da antiga capital do emprego e minério.
Desde 2010 já partiram quase sessenta por cento da mão de obra e para longe. Canaã
não absorveu nem quinze por cento. Todos nós temos muitos amigos que se foram. Muitos
dos que se foram tinham acabado de comprar a casa própria depois de anos de
luta e alugueis exorbitantes. Muitos devolveram as chaves dos sonhos.
Muitos
ainda insistem por aqui, mas muito, a grande maioria esta partindo ou de
partida. Os que restam estão
desesperados e podem tocar fogo na cidade. Vai restar a saudade, um dia...
Não
havia e não há quem defenda o emprego e trabalho numa terra de piratas,
corruptos e covardes. Os trabalhadores deram sua contribuição, agora partem,
uma mão na frente, outra atrás. o que Parauapebas deu, ela tomou.
Os
sindicalistas de gabinete restam a vergonha, se houver espaço no cinismo em que
enganaram estes peões nos últimos 30 anos. Adeus.
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